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Os consumidores brasileiros ainda estão cautelosos quanto ao tempo em que o País vai demorar para se recuperar dos efeitos da crise financeira internacional. É o que revelou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV) ao anunciar quesitos especiais da Sondagem das Expectativas do Consumidor – Impactos da crise sobre a Economia e o Consumo, referentes a março. Na pesquisa, que abrange um universo de 2.000 domicílios pesquisados entre os dias 2 e 20 de março deste ano, 48,5% dos entrevistados apostam que o Brasil demorará mais de um ano para se recuperar da crise, antes de voltar a crescer como no período anterior ao do atual ambiente de turbulência .
Na mesma pesquisa, 30,3% dos consumidores apostam que o Brasil demorará entre seis meses e um ano para se recuperar; 17,5% afirmam que o País vai demorar entre três e seis meses; 2,9% apostam em um período de até três meses – e apenas 0,8% estimam o período de um mês como tempo de recuperação necessário.
O levantamento mostrou ainda que 53,4% dos entrevistados classificam como "iguais à média" as condições brasileiras de enfrentar a crise, comparadas às dos outros países – sendo que 37,4% dos entrevistados consideram as condições "melhores do que a média" e 9,2% "piores do que a média", as condições do País frente à turbulência internacional.
Entretanto, grande parte dos entrevistados não sentiu o impacto da crise em seus gastos. De acordo com a análise, 40,3% responderam que não sentiram negativamente a influência da crise em seus gastos de consumo; 23,2% classificam os efeitos da crise como "moderados" em seus gastos de consumo, e 22,6% consideram o impacto como "suave". Apenas 13,9% dos pesquisados denominaram como "intenso" o impacto da crise sobre seus gastos de consumo.
Ao pesquisar quais os principais tipos de consumo que estão sendo mais prejudicados com a atual crise, a FGV encontrou resultados diferentes a depender da faixa de renda dos pesquisados. Na faixa de renda familiar até R$ 2.100, os gastos com alimentação foram os mais lembrados pelos pesquisados, como os mais prejudicados pelo cenário turbulento (35,9% dos entrevistados). Já entre as famílias com renda superior a R$ 9.600, as compras de bens duráveis a longo prazo foram citadas pela parte mais expressiva dos entrevistados nessa faixa de renda (40,8%) como a despesa que sofreu mais com a influência negativa da crise.
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Atualizado em: 25/11/2024 09:52 |