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A ata da reunião de março do Copom revelou que o ciclo de alívio no juro básico acabará quando a taxa chegar a 9%. Hoje, está em 9,75%. Foi a desaceleração da economia que levou o Banco Central a optar por acelerar o corte da Selic, semana passada. Agora, o cenário mais provável é que o movimento termine na próxima reunião, quando o juro deve cair 0,75 ponto
Mais clara, impossível. A ata da reunião de março do Comitê de Política Monetária (Copom) entregou o mapa dos próximos passos e revelou que o ciclo de alívio no juro básico, iniciado em agosto, acabará em breve, assim que a taxa chegar em 9% ao ano. Hoje, está em 9,75%. Na semana passada, foi o ritmo mais fraco da economia que levou o Banco Central a optar por acelerar o corte da Selic. Agora, o cenário mais provável é que o movimento termine já na próxima reunião, quando o juro deve cair novamente 0,75 ponto.
Economistas tiveram certeza que o juro cairá para 9% com a afirmação na ata de que é "elevada a probabilidade" de que os juros se desloquem para "patamares ligeiramente acima dos mínimos históricos" e que, depois, se estabilizem. A menor Selic da história foi de 8,75%, entre julho de 2009 e março de 2010.
Com o documento em mãos, várias instituições tiveram de corrigir suas previsões, para cima, do juro no fim do ano. A ata agitou investidores e norteou não só os negócios com juros, mas ações e até câmbio. O movimento foi o oposto do visto dias antes da publicação do documento, quando o mercado reduziu para 8,5% a estimativa da Selic, depois do corte da semana passada e a afirmação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que Selic convergiria para o patamar da Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP), de 6%.
Na decisão da semana passada, o BC pegou parte do mercado de surpresa ao cortar o juro em 0,75 ponto. Até então, os cortes eram de 0,5 ponto. Apesar da ação mais agressiva, a ata revela que a magnitude de todo o ciclo não mudou. Ou seja, a dose do remédio aumentou neste mês, mas, ao fim do tratamento, o paciente vai tomar a mesma cartela de medicamento prevista inicialmente pelo médico.
Em um texto confuso e às vezes contraditório, o Comitê argumentou que a "desaceleração da economia brasileira no segundo semestre do ano passado foi maior do que se antecipava". Por isso, cinco diretores optaram por acelerar os cortes, mas sem aumentar a dose do remédio.
Apesar dessa piora citada, o parágrafo seguinte diz que a inflação - que, originalmente, deveria ser o principal foco de atenção do BC - tem evoluído exatamente como esperado. Assim, explicam, não houve necessidade de mudança no "ajuste total das condições monetárias".
Grosso modo, é dizer que o BC cortou o juro em 0,75 ponto de olho no crescimento e vai parar em 9% de olho na inflação.
Sobre os preços, o crescimento mais fraco da economia somado à queda do dólar levaram à redução da previsão de inflação em 2012 para um patamar abaixo do centro da meta, de 4,5%. Além do dólar, um dos motivos apresentados pelo BC é a previsão BC de que a gasolina não deve subir este ano.
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