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Amanhã, o Banco Central decidirá se continua ou não a cortar a taxa básica de juros (Selic). Para o mercado, não há dúvidas: o Comitê de Política Monetária (Copom) derrubará o indicador em 0,50 ponto percentual, para 8% ao ano — novo piso histórico. A diretoria colegiada da instituição, reunida desde hoje para avaliar o desenrolar da economia nos últimos 45 dias e também o futuro do país, está convencida de que é preciso dar mais estímulos à atividade, debilitada pela crise mundial. O pessimismo é tanto, que os analistas reduziram as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano pela nona semana seguida, agora para 2,01%. Mas até o governo já admite que o salto será menor, mais próximo de 1,5%.
Os analistas entendem, porém, que qualquer que seja a decisão do BC, ela não terá mais impacto sobre a economia neste ano. Pela defasagem de política monetária, qualquer corte na Selic surtirá efeitos apenas entre o primeiro e o segundo trimestre de 2013. "Essas decisões vão influenciar, porém, as expectativas do mercado", observou Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora. José Luís Oreiro, professor da Universidade de Brasília (UnB), acrescentou que mais cortes nos juros ajudarão a melhorar a confiança e o ambiente de investimentos produtivos no país. "Eu insistiria com cortes de 0,5 ponto até a economia começar a dar algum sinal de que está acelerando a sua atividade", disse. É possível, segundo ele, que a Selic caia a 6% ao ano.
Ainda na visão de Oreiro, o pessimismo dos empresários é um dos fatores que tem atrapalhado o desempenho da economia brasileira. "Mas não é apenas isso. O modelo de crescimento puxado pelo consumo e pelo crédito bancário está dando sinais de esgotamento por causa do aumento do endividamento das famílias", afirmou. Ele listou também como travas para o PIB a desaceleração da China e a "desindustrialização" do país.
Para Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o BC poderá ser um pouco mais ousado, diante da inflação comportada, em convergência para o centro da meta do governo, de 4,5% ao ano.
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